quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Dimensão narrativa e lógica formal no ensino das Ciências

           Ontem a tarde no seminário de ensino do IF-USP, do programa de pós-graduação onde realizo meu doutorado, o tema foi "A dimensão narrativa do pensamento científico: Aspectos teóricos e implicações ao ensino", dado pelo Prof. Ivã Gurgel, Instituto de Física - USP.
           O professor Ivã nos apresentou o pensamento de J.Bruner em que este dicotomiza o pensamento lógico-matemático (lógica formal) x pensamento narrativo. Foi muito interessante a análise do professor Ivã sobre as narrativas de Galileu Galilei sobre a Lua e suas montanhas: Galileu elaborou toda uma construção acerca de sua ideia - correta - de que a Lua possui montanhas e vales.
           Ivã também apresentou pesquisas suas sobre como Oersted e Àmpere "criaram" a ideia - e o nome - para o fenômeno da "corrente contínua". Apesar do fenômeno elétrico da descarga elétrica estar associado a ideia de um fluido, a concepção que se poderia ter um fenômeno elétrico que nos possibilitaria uma corrente não de descarga, mas contínua, foi apresentada - cabe lembrar que este fenômeno foi corretamente descrito por estes cientistas por volta de 1820. É interessante observar que usei a palavra "criaram", pois até então esta ideia de corrente + contínua não existia, também eu observo que a palavra "corrente" nos dá a sensação de algo ligado ou conectado e o "contínua" que isso com o passar do tempo acontece.
           A ideia do passar o tempo também é muito lembrada pelo professor, pois as narrativas dos cientistas acima citados se dá sempre ao longo do tempo, ou seja, todos os fenômenos possuem um aspecto temporal... tic... tac.
           Por último conversei com o Ivã e o lembrei que também imagens ou esquemas possuem importância como pensamento simbólico, algo a mais a ser considerado nos esquemas de pensamento de Bruner. Contudo Ivã lembrou que animações ou filmes possuem narrativas que se desenvolvem temporalmente. Concordamos neste aspecto.

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