domingo, 1 de janeiro de 2012

2012

Um novo ano com novos elementos a se delinearem, há desafios para mim na área da sociologia da educação com a monitoria PAE na USP, a melhora na problemática da minha tese de doutorado, as entrevistas, a análise dos egressos da licenciatura em Ciências no segundo semestre deste ano e assim vai... Ah! Ainda também a estudar o francês e o inglês para um possível doutorado fora do Brasil.
Mas gostaria de detalhar alguns acontecimentos do ano anterior começando pelas conversas recentes com docentes da UFPR (setor) Litoral. Constatei que os processos de inculcação da proposta pedagógica da UFPR Litoral ainda acontecem, principalmente por parte da direção, pois ano passado o diretor ministrou um curso aberto a todos os docentes, mas que ao meu ver ainda carece de uma sistemática e uma estrutura para que se torne um processo standard no setor. Não há, ao meu ver, sequer como validar este curso como uma disciplina isolada e nem como publicá-la como horas-atividades de formação docente, é sim um processo mais interno do setor.
Isso em relação a minha tese já delineia que muitos processos na UFPR Litoral estão alienando os docentes de certas realidades nacionais. Explico. Consegui finalmente entender várias correntes teóricas que o projeto político pedagógico (PPP) do setor Litoral tem por base, mas isso somente após cursar um ano de disciplinas na área da educação do meu doutorado da USP. Reconheço que vários docentes colegas meus, que não têm leituras na área da educação, estão na proposta do PPP como numa onda pedagógica, surfando sobre a onda e caso ela se altere eles também assim o farão. E esse não é um comportamento somente deste grupo de professores, mas é algo que nacionalmente ocorre. Esta última frase mereceria toda uma série de considerações, mas aqui não acho oportuno me delongar nesta problemática. Não é o meu foco neste momento.
Neste sentido digo que os processos alienam alguns docentes do setor, fazendo com que achem que o que temos é inovador ou mesmo único no país. Podemos até fazer coisas diferentes, talvez algumas únicas, mas nem todas são isoladas de correntes teóricas educacionais, na verdade acredito que algumas correntes teóricas nem sejam explícitas e que não sejam nem de acordo com os ideais educacionais de muitos. Até constato isso num grupo de docentes que têm se reunido em off fora das estruturas oficiais de encontros para discutir e se tornar forte, principalmente via infiltração nas estruturas organizacionais da universidade, acredito para que todos os processos se tornem mais transparentes. Talvez a última eleição para os representantes do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE), ocorridas em dezembro último deixem isso claro. A propósito considero que foi uma eleição vitoriosa para todos do setor, mesmo a chapa "contrária" aos interesses atuais sendo a vencedora.
Na área de formação dos docentes em Ciências não tenho visto mudanças em relação àquilo que tínhamos já quando de minha saída em fevereiro de 2011. As atas das reuniões tem apenas mostrado uma acomodação do projeto pedagógico do curso (PPC) ao PPP e aos módulos do curso ao PPC. Ao meu ver algo que já era previsível.
Passar pelo processo de estranhamento ao qual estou submetido para compreender o PPP, o PPC e que auxilie no meu doutorado, tem me ajudado a olhar a nossa licenciatura como outras tantas que procuram inovar, mas que contudo ainda não têm atingido o impacto necessário a nível nacional. Aqui fica latente a necessidade de uma discussão a nível nacional sobre a formação deste profissional no ensino das Ciências.