quinta-feira, 24 de abril de 2014

Weber por Giddens

Eu não havia ainda lido sobre Max Weber e hoje concluí os capítulos do livro "Política, Sociologia e Teoria Social" de Anthony Giddens (Ed.Celta) que tratam sobre as obras, ideias e influências de Weber em outros pensadores, bem como os pontos em acordo e desacordo de Weber com Hegel e Marx. Agradou-me muito os pensamentos de Weber.
Primeiro, dado o contexto de emersão da aristocrata rural (os Junkers) e da aparente fraqueza do Partido Social Democrata (marxistas), a clareza de ideias de Weber em conseguir se firmar com pensamentos bastante contrários a ambas essas entidades representativas do povo alemão na virada do século XIX.
Segundo, contrariando as ideias (positivistas) do materialismo histórico dialético de Marx e da linha pela divisão do trabalho x capital x propriedade privada (o que por efeito contraria a visão de luta de classes dos donos da força de trabalho x donos dos meios de produção), tem-se a visão de Weber na constituição do Estado-nação e de que forma a burocracia emerge na Alemanha. Para tal problema Weber sustenta que a nação precisa de um líder carismático que consiga unir as diferenças, mas que também impeça os burocratas (leia-se: funcionários públicos e políticos profissionais - apenas vivendo disso) de dominarem o Estado e o tornarem pouco operacional.
Para dar apoio legítimo às essas teses Weber elabora alguns textos sobre a história da economia e sobre a ética protestante.
Eu particularmente havia adquirido e lido esse último ("A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo") que me agradou muito, mas agora com essas novas visões sobre o autor vou reler para atentar para os pontos em que ele argumenta contra as ideias de Marx.
Um ponto para finalizar que fez com que eu me identificasse mais ainda com o autor: o fato de ele ter começado seus escritos pesquisando a religião e adentrasse nas pesquisas sobre esse tema de maneira a ter como consequência os seus livros sobre o sistema político alemão. Digo que me identifico porque gosto muito de ler sobre a sociologia das religiões.

domingo, 20 de abril de 2014

O poder simbólico como um mau

É difícil não procurar colocar na balança o comportamento de descaso que se processa quando se procura perceber que a dor da saudade surgiu, e isso não porque seja natural, mas antes, construído como recurso a se distanciar daquilo que outrora foi útil como via de alegria ou de expansão das felicidades da classe na qual o provocador da dor se situa.
Que se pesem as necessidades materiais que foram estabelecidas, a distância física e também as necessidades abstratas necessárias para a paz na produção que se procura realizar, pois há prazos a serem cumpridos, objetivos a serem alcançados, enfim há de se viver com aquela corda que nos foi dada para se enforcar. Mas nada justifica se colocar de um lado como o único detentor da verdade, como um jurista que se utiliza apenas das leis (da classe) para não se contaminar com o julgado, a se colocar com determinados procedimentos e linguagens a fim de não contaminar seu campo, sua classe, seu status.
É que a saudade existe, ela é tão real quanto o material de que é feito essa mesa, mas se faz sentir no psíquico!
Não se assuste leitor que me compreende e que me faz companhia virtual, ainda que ela seja uma companhia, não é a totalizante que afogará as saudades que sinto.
Apenas um desabafo a noite.
Abraço!